quinta-feira, 7 de abril de 2011
O GRANDE DESAFIO: MENOS ESTADO, MAIS LIBERDADE
A esquerda Portuguesa continua a acreditar que, desde que eleito democraticamente, todo o poder é legítimo. Acreditam que o problema reside sempre em quem governa: se quem governar for uma pessoa de bem então a governação será boa. A falácia desta visão é que a questão não é tanto sobre quem governa mas muito mais sobre como limitar o poder de quem governa: de que nos serve eleger o poder se este for absoluto, interferir negativamente nas nossas vidas e der cabo das boas condições políticas, económicas e sociais? A democracia eleitoral não basta - o PCP tem dúvidas se a Coreia do Norte não será uma democracia -, é forçoso limitar o poder de quem manda. A única garantia de liberdade é que o poder político, independentemente de quem o exerça, seja um poder limitado. Um poder pouco limitado ou escrutinado, por melhores que sejam as intenções - e está por provar que se possa confiar na bondade dos governantes, muito pelo contrário - representa um perigo: uma má governação poderá ter um impacto devastador. Já com um poder limitado, reduzido e fiscalizado, diminui-se as possibilidades de má governação e, a acontecer esta, as consequências serão muito menores. Aquilo que falha em Portugal é precisamente o triunfo do socialismo que, representando a visão oposta àquela que aqui se exprime, resulta inexoravelmente num poder estatal pouco escrutinado, ilimitado e demasiado abrangente à sociedade. Este poder, ao interferir (impostos, directivas, burocracia, etc.) na vida das pessoas tolhe-as, paralisa-as porque cria a ilusão de que o destino colectivo (a felicidade) se decide por decreto governamental e não pelo esforço e o mérito individual de cada um. Tirar a quem trabalha e mais produz para esbanjar em serviços inoperantes, mal geridos e que apenas prejudicam a igualdade de oportunidades, é uma dupla forma de limitação de liberdades: limita-se a liberdade de quem produz porque se retira o produto dessa produção; limita-se a liberdade dos que mais precisam porque não se garante uma efectiva igualdade de oportunidades. É preciso compreender que mantendo-se a estrutura governante e estatal, escolher quem governa nestas circunstâncias é absolutamente irrelevante pois acaba por ser apenas escolher quem ocupa posições numa estrutura que, ela própria, é perversa à democracia e impeditiva do sucesso económico e social do nosso país. Por isso é preciso ir mais longe, muito mais longe mesmo, é preciso escolher quem vá efectivamente alterar o sistema. É preciso forçosamente libertar a sociedade do Estado porque, pura e simplesmente, mais tarde ou mais cedo gastar sem produzir (a grande promessa socialista) leva - como se vê - à falência. Ou seja: a bem ou a mal vamos mesmo ter que mudar de vida. Utilizar esta crise como uma forma de efectivamente reformar o Estado, garantir que Portugal possa trilhar o rumo dos países mais desenvolvidos - e ricos - do mundo e oferecer uma efectiva igualdade de oportunidades aos mais desfavorecidos (oportunidades igualmente miseráveis de nada servem) é imperioso. Libertar a sociedade do Estado significa, a prazo, maior produtividade, mais riqueza e mais oportunidades para todos, principalmente para aqueles que nada ou pouco têm. A grande falácia do nosso socialismo está, essencialmente, na ideia de que este existe para proteger os fracos e oprimidos quando aquilo que entra pelos olhos dentro é que apenas mantém o actual status quo onde são uns poucos que muito têm e uns muitos que muito pouco têm. Libertar a sociedade do Estado implica oferecer, em troco do trabalho e do mérito, a verdadeira oportunidade de subir na vida e de cada um ser responsável pela sua própria felicidade. E isto a esquerda não consegue compreender e muito menos fazer. E a direita tem que perceber que, dada a gravidade da situação, esta é a sua última oportunidade: é toda uma geração que está em jogo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Que engraçado, estava ontem numa reflexão acerca deste tema. É claro que é maravilhoso ler este teu post, que reforça a minha convicção de uma sociedade orientada pelo mérito e a responsabilidade. Desmantelemos o poder de controlar e a máquina arcaica do Estado!
ResponderExcluirResta-nos, no entanto, saber de que forma poderemos contribuir para a mudança.
Não posso deixar de acrescentar algo que tem minado a produção do nosso país! O Estado, neste últimos tempos, tem exercido uma fiscalização rigorosa sobre as empresas. Não me refiro apenas à famosa ASAE, mas a todos os organismos do estado que têm realizado uma autêntica caça à multa! Criam-se mais postos de trabalho (inspectores), mas o efeito perverso é que anda metade do país a fiscalizar a outra metade. É uma "pescadinha de rabo na boca" porque assim não se consegue trabalhar/produzir!
ResponderExcluirTudo isto por causa da maravilhosa legislação que sai da CE todos os dias, mas sobre esse assunto falo depois :)