Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Os problemas desta tentativa progressista de construção de um novo homem e a consequente regulamentação de todas as cambiantes da vida humana são muitos variados: estatismo, corrupção, violação das liberdade individuais, endividamento (o estatismo carece de meios), enfraquecimento da sociedade, perda de valores morais sociais, etc. No entanto, o maior dos problemas, como se estes já não fossem mais do que suficientes - e evidentes como se pode ver pelo actual estado das coisas -, é a sua completa impraticabilidade. No fundo, aquilo que acaba por dividir a esquerda da direita é a noção ontológica que cada uma entende sobre o Homem: onde a esquerda vê um animal imperfeito que no seu optimismo urge aperfeiçoar e resolver, a direita vê um animal imperfeito que será sempre imperfeito pois não podem seres imperfeitos resolverem as suas imperfeições e atingirem a perfeição. Assim, o caminho do progresso deve ser orientado para o bem-estar e a força da comunidade deve residir na sociedade e nos indivíduos, os únicos que podem - e devem - ser responsabilizados pelos seus próprios erros. Um indivíduo erra e sofre as consequências; o Estado erra e todos sofrem as consequências. Uma sociedade dependente do Estado é, portanto, uma sociedade enfraquecida que corre o enorme risco de se auto-destruir quando o rumo traçado, como todos, se revelar finalmente inadequado, insuficiente ou simplesmente errado: assim foi com todos os sistemas políticos que fizeram a sociedade vergar-se perante o poder do Estado e um desígnio que entendiam superior. Neste sentido, a liberdade e a responsabilidade individuais serão sempre as pedras basilares de uma comunidade forte e saudável. Tudo o resto são falácias, as quais, que nem cantos de sereias vendedoras de facilidades, confortos e certezas inexistentes e infantis, vão infelizmente seduzindo os mais incautos e desprotegidos. Até ao dia em que a realidade, como sempre, lhes bater à porta.
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