"Não podia haver fórmulas para fixar as pessoas em si mesmas, senão quando as pessoas, no medo de perderem a segurança das causas, as inventassem, e se atribuíssem a si mesmas motivações que não tinham ou que não eram exactamente aquelas. Sendo assim, não havia diferença alguma entre os imbecis e os lúcidos, entre os honestos e os patifes. Ou só uma diferença: o quererem ser lúcidos, e o quererem ser leais. Era então muito pouco o que restava: uma lucidez sempre imperfeita, e uma lealdade sem objecto seguro."
Jorge de Sena, Sinais de Fogo
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