sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
DA COBIÇA
A cobiça é a maior das prisões. Não é pelo desejo de um bem em si mesmo que ele é cobiçado: é por significar uma dada superioridade daquele que possui o tal objecto em relação ao que não o tem. Querer aquilo que os outros também têm é o grito mais básico pela igualdade. No entanto, o querer ter o que os outros têm apenas decorre da necessidade de não se ser menos do que os outros são; é a identificação do 'ser' com o 'ter', portanto. E daqui decorrem duas coisas: a diminuição de um face ao outro e a ilusão de que obtendo algo se pode ser uma coisa diferente daquilo que se é. Da primeira vem o ódio (contra si próprio porque se sente pequeno e depois, consequentemente, contra os que julga serem maiores); da segunda o materialismo acéfalo, o consumismo desenfreado e o vazio. Ambos os caminhos prescrevem uma infalível receita de infelicidade.
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