quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O CULTO DA MODERNIDADE

A ânsia permanente por aquilo que é novo e moderno apenas revela o estado de vacuidade que o consumismo acelerado quotidiano imprime nas nossas vidas. É um vazio que se transforma numa necessidade por cumprir, numa ânsia, numas ganas de qualquer coisa sem a qual a incompletude é uma sentença perpétua. E para fugir de tamanha pena capital, ao sabor de cantos de sereia com promessas tão vãs quanto irreais e infantis, seguem os humanos modernos e novos essas soluções imediatas que de tão imediatas se tornam fugazes e inglórias. E de compra em compra, de consumo em consumo se reza no altar da modernidade redentora, aquela que estando sempre ao virar da esquina quando se alcança se percebe que afinal é sempre na esquina a seguir. São cenouras, burro. São cenouras.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

SOBRE O DISCURSO DA MODERNIDADE

Tenho de dizer que me irrita. Muito. Irrita-me o facto de haver uma conotação evidente entre o novo e o bom. Basta ver um qualquer anúncio para perceber que devemos comprar determinada coisa porque é nova. E porquê? Porque se essa coisa é nova, então é boa. E isto é o que me entra nos nervos. Será que esta gente não percebe que a novidade tanto pode ser boa como má? Dizer que o novo é bom é a assumpção da identidade acrítica perante a mudança. A mudança não é um valor per si. É uma consequência da aceitação de algo novo que foi entendido como bom. Não se muda só por mudar. Muda-se quando vale a pena. Quando é para melhor. E, evidentemente, nem sempre é assim.
Esta idiótica ideia de que o que é novo é forçosamente bom leva ainda a outra imbecilidade: A ideia de que o que é velho é mau. O que não falta por aí é essa ideia glorificada em clínicas de operações plásticas e nessas personagens trágicas que para aí andam, todas com a mesma cara, coitadas. Logo, os valores, porque são velhos são maus. Isso é coisa do século passado. Logo, a tradição porque é velha é má. Logo, os nossos pais, porque são velhos são maus. Experiência? Que nada. Infantil idiotice, enfim. E é assim, nesta triste ilusão de uma modernidade ansiada, desejada e nunca sentida que as eternas crianças caminham, rindo e cantando, rumo ao abismo, que sendo novo não se entende como abismo, fugindo de um lobo mau que só foi idealizado por um qualquer escritório marquetista na tentativa de vender mais um computador Magalhães, ou outro lixo plastificado qualquer. No culto do futuro, aniquilam-no. Na busca de uma cenoura imaginária, morrem de fome.

SOBRE O SOCIALISMO (DITO) MODERNO

"F. é proprietário de um estabelecimento de equipamentos de escritório – mobiliário e produtos informáticos de grande consumo – numa pequena cidade do interior. Crianças e jovens em idade escolar eram os destinatários de grande parte das suas vendas. Com um empregado e o apoio da patroa na gestão administrativa, tinha a estrutura q.b. para levar o negócio a bom porto.
Há cerca de ano e meio as vendas de computadores começaram inexplicavelmente a baixar. E vieram continuamente a deslizar para os valores quase nulos de agora. Motivo: as centenas de milhares de Magalhães distribuídos gratuitamente nas escolas, em proveito exclusivo da J.P. Sá Couto.
As vendas de material informático de F. resumem-se agora a software e a pequenos componentes e equipamentos periféricos. Há 6 meses dispensou o empregado e neste ano lectivo mudou o filho de um colégio particular para a escola pública. Poupou nas propinas e ainda ganhou um Magalhães. Tem em stock alguns PCs que já são monos e que teria dificuldade em escoar, mesmo gratuitamente. Não conhece ninguém com filhos que não tenha Magalhães em casa: os que comprariam computador se não fosse oferecido e os que jamais pensaram em adquiri-lo.
Faça-se a extrapolação deste caso a nível nacional e imaginem-se os negócios destruídos, o desemprego criado pelo Magalhães e a irracionalidade pedagógica de viciar prematuramente crianças em joguinhos imbecis. Entretanto, a facturação da J. P. Sá Couto , para onde se transferiram os negócios de centenas ou milhares de PMEs, subiu em 2008 mais de 1.000%. Esta empresa não disponibiliza as contas no seu site, mas se considerarmos que o grosso das suas vendas decorrem do projecto Magalhães, isto significa, na prática, que a maior parte da sua produção é subsidiada. Ou seja, o valor acrescentado que a empresa gera (o seu contributo para o PIB) é seguramente negativo. Se a isto somarmos os empregos destruídos, o panorama é ainda mais negro.
O centralismo também passa por aqui, por uma economia crescentemente planificada, tanto mais pobre quanto mais dirigida e sujeita aos caprichos pseudo-modernistas de um 1º ministro de cariz fascizante."

OBRIGADO

"Como a república. Refiro-me ao aperitivo servido em quantidades industriais: "O PSD não existe politicamente". Esta palavra de ordem é falsa, claro, e é operacional, também é claro.
A falsidade destapa-se facilmente: ainda o novo governo não tinha tomado posse e já a propaganda fazia circular a ideia de que a direcção do PSD não existia.
A operacionalidade é óbvia. A falange
 coelhista ( hiper-mediática) pretende passar uma mensagem salvífica, pois sabe que é a única forma de se fazer ouvir. Com uma certa razão: se as pessoas estiverem desesperadas engolem qualquer coisa.
O problema é que MFL tem dito o que é preciso, tem insistido no que é necessário e tem-se mantido fiel ao que explicou aos cidadãos durante a última campanha. É o que o país espera de uma pessoa dedicada, sem ambições pessoais e responsável, que podia há muito ter ido para casa, mas não foi. E isto irrita, não é?"

Aqui.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

e tal. Boa comida e bom vinho; poucas prendas que este consumismo já farta.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

DO INTERESSE


"Mas a quem interessa esta agenda política tão alienada da realidade? A quem interessa a intriga palaciana constante, também constantemente acompanhada por um discurso pouco polido, para não dizer desastradamente vulgar, na pior acepção do termo? Com cerca de 40% da população a atingir níveis de pobreza, não fora a ajuda pública. As últimas sondagens dizem tudo.
Chega de ruído, de desculpas, que o País precisa de trabalho, a começar pelo Governo.
Mas, se nos rodearmos de pequenos calígulas, a situação só propiciará mesmo a corrupção económica e moral desta nossa sociedade."
Paula Teixeira da Cruz, in CM

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NEVE EM LEIDEN






O TRIUNFO DOS PORCOS


"Greece is just "the tip of the iceberg," said Norbert Barthle, budget spokesman for the ruling Christian Democratic Union of German chancellor Angela Merkel. The exploding budget deficits of weaker economies have forced Germany and other financially stronger countries to think about how to shore up other members of the euro zone against a potential financial-market rout.
Portugal, Ireland, Italy, Greece and Spain, a group traders have disparagingly dubbed "PIIGS," all have huge budget deficits and very low growth prospects, which means their debt is on course to rise further, fast."
In The Wall Street Journal. Apanhado aqui.


Temos, de facto, motivos de orgulho. Estamos a "avançar Portugal" e no rumo do "progresso". Não é que me afecte muito que por essa Europa fora nos chamem de PIIGS, já fomos PIGS e, tirando um ataque ao ego e ao orgulho nacional, não vem mal nenhum ao mundo, pelo contrário, talvez nos faça acordar. Não, isso não me chateia. O que me irrita verdadeiramente é que, desta vez, eles têm razão.

PORTUGAL NO CENTRO DO MUNDO



                     (ondas teoréticas causadas pelo sismo de ontem)


De alguma forma haveríamos de lá chegar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

TALVEZ ISTO EXPLIQUE

"O stress crónico afecta a tomada de decisões em humanos, levando-os a basear-se mais no hábito do que em objectivos, segundo um novo estudo de um investigador português
(...)
a exposição ao stress crónico activa mais no cérebro o circuito neuronal implicado em comportamentos habituais e menos o implicado em comportamentos orientados por objectivos, o que é fundamental nos processos de decisão.
(...)
uma atrofia dos neurónios e uma perda de contacto sináptico entre as células neuronais", que se traduz, do ponto de vista comportamental, numa perda de capacidades cognitivas". 
No Jornal I


Talvez isto explique parte da loucura que estamos a assistir no nosso país. Os nossos governantes, loucos de stress, cheios de pressão, decidem por "hábito", perdem noção dos "objectivos" a longo prazo e são influenciados "por uma perda de capacidades cognitivas". De facto, há que admitir que bate certo. E também podemos ver pelo outro lado da questão: Numa sociedade cada vez mais stressada, cada vez mais imediatista e cada vez mais acelerada vemos o stress atacar todos os seus cidadãos que, em consequência disso, decidem maioritariamente por "hábito", perdem noção dos "objectivos" e são influenciados "por uma perda de capacidades cognitivas". Sem dúvida. Isto explica muito do que se passa neste país e porque temos os governantes que temos. Talvez a solução para a crise esteja numas caixas de calmantes.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

KEEP THIS DEVIL DOWN IN THE HOLE

FRIO

Está um frio de rachar. Menos três graus e meio. A caminhada até à biblioteca é longa e árdua. Na antevisão de tamanho desafio dou por mim a suspirar por um cachecol. Irrito-me por me ter esquecido de o trazer. De repente ocorre-me que tenho o cachecol do Benfica pendurado na parede. Maravilha. Em semana de jogo com os tripeiros só me fica é bem.

NÃO OS SUPORTO


Já não consigo ouvir esta personagem. É tão oco, demagógico e tenta falar tão alto, abrindo muito a boca e levantando o queixo para ver se tem mais razão, enquanto vomita asneira atrás de asneira, slogan atrás de slogan, transparente no seu pequeno interesse, tão lesivo do nosso interesse. A irresponsabilidade pura que acusa os outros de irresponsabilidade, enlameando-os no seu esterco. Irra que não o suporto. É o protótipo do politicozinho que anda para aí, tal e qual o nosso primeiro-ministro mais os seus ajudantes desde os tempos do Freeport Ministério do Ambiente e outros tantos, tantos em tantos partidos, em todos os partidos. Caruncho político. Essa pandilha é toda igual. Abre e fecha a boca, como um mimo, diz muitas palavras mas não é mais do que um papagaio que solta sons, a mando do mestre e doutrinador, em busca de uma recompensa. Esta personagem é um político. Um político como aqueles (muitos) que andam por aí. Na busca incessante da sua afirmação pessoal (pequenino, tão pequenino...) tudo fará, sem vergonha, rumo ao seu objectivo: o reconhecimento político e social. Quando deita a cabeça na almofada sonha, de uma forma quase erótica, consigo próprio a discursar do alto de uma tribuna, sonha com multidões afónicas de tanto gritar e com as mãos em ferida de tanto palmear que o aplaudem, que o elogiam, que o reconhecem como o grande, o grande político. Sonha que diz, fala e discursa mas, claro, não sonha com o que diz, com o que fala ou com o que discursa. Isso não interessa. O conteúdo não importa. Porque não o tem. Esta personagem na ânsia de sentir que é algo tenta simiamente imitar o comportamento daqueles que ele reconheceu como sendo alguém. Ele também quer ser alguém. E por isso imita. Faz de conta. Finge que é. Ele viu grandes homens e tenta ser um grande homem. No entanto, porque é de um pequeno homem que aqui falamos, aquilo que o pequeno descortina no grande será sempre pouco, será sempre pequeno também. E por isso imita a forma. Imita frases famosas sem que lhes conheça o significado. Imita o discurso mas sem perceber o seu conteúdo. É um palhaço. E os palhaços estão a dar cabo disto tudo. Irra que não os suporto.

A PROPÓSITO DO AQUECIMENTO GLOBAL

vale a pena ler esta entrevista.
Daqui.

NÍVEIS

Se na liberdade de imprensa vamos ao nível do Sudão, nos comboios vamos ao nível da Argélia.
Daqui.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O PALHAÇO, por Mário Crespo


"O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço."

JOHNNY CASH

"Personal Jesus"

NA DIVAGAÇÃO

Tendo começado a divagar por entre sonhos e hipóteses mirabolantes e fantásticas, dei por mim a rir-me de mim próprio, a rir-me comigo e de mim. Assim se reconhece a estupidez humana, o auto-riso; assim se afirma a inteligência humana, o auto-riso.

THE UNENCUMBERED SELF

"As bearers of rights, where rights are trumps, we think of ourselves as freely choosing individual selves, unbound by obligations antecedent to rights, or to the agreements we make. And yet, as citizens of the procedural republic that secures these rights, we find ourselves implicated willy-nilly in a formidable array of dependencies and expectations we did not choose and increasingly reject. In our public life, we are more entangled, but less attached, than ever before.
(...)
As the scale of social and political organization has become more comprehensive, the therms of our collective identity have become more fragmented, and the forms of political life have outrun the common purpose needed to sustain them."

Michael Sandel

domingo, 13 de dezembro de 2009

A ARCA DE SÓCRATES

Vi há uns dias o tenebroso filme 2012 (2009). O filme é francamente mau mas a minha queda por filmes catástrofe maus (quanto piores, melhor) permitiu-me vê-lo até ao final. O enredo (fraquinho, fraquinho...)a determinada altura centra-se no facto de, sendo certo que o mundo ia acabar e os meios para salvar parte da Humanidade serem muito escassos, ter de se escolher métodos para decidir quem salvar numa espécie de Arca de Noé II e repovoar o planeta no pós-fim do mundo. No filme, uma das personagens principais fica muito chocada ao tomar conhecimento que quem tem lugar na arca salvadora ou é um cientista proeminente ou comprou (literalmente) o bilhete para ali estar. Isto pôs-me a pensar. Estas situações pouco plausíveis de extrema necessidade tendem a representar exercícios mentais interessantes. Coloquei a mim próprio a seguinte questão: E se houvesse uma qualquer catástrofe desta natureza em Portugal e só alguns pudessem ser salvos, o que aconteceria? Comecei imediatamente a rir-me com a visão da Comissão Política Nacional do PS a puxar os cordelinhos para os filhos, enteados, amigos e amigos dos amigos, o desfile dos Joaquim's Oliveiras e sucateiros Godinho, os Varas e Penedos, os acessores de imagem, comunicação e marqueting e etc, etc... todos eles agarrados à pratas lá de casa, a salvar as riquezas tão arduamente conquistadas, todos eles agarradinhos, agarradinhos às suas razões de existência a subirem as escadas da sobrevivência, tão aliviados por terem mais uns anos para olhar as pratas, mais uns anos para se gramarem uns aos outros. Que belo repovoamento genético seria esse depois da catástrofe. Eu, por mim, digo desde já que não me faz confusão nenhuma não ter lugar nessa arca do Sócrates, venha a onda, se é para passar o resto da vida na companhia dessa gente prefiro comprar o bilhete para o outro mundo mais cedo. Ámen.

sábado, 12 de dezembro de 2009

MÁ FÉ

A simples ignorância ou incompetência já não explica isto. Ou é loucura ou má fé. Olhando para o PM, para o seu cursozinho fajuto, para as suas casinhas maravilha, para o seu linguarejar parlamentar insultuoso e superficial ou para as aprovações de "freeportes" e companhia, inclino-me para segunda opção.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DESCUBRA AS DIFERENÇAS

Qual é a diferença entre isto e isto? Resposta: A diferença é nenhuma a não ser o facto de uma notícia ser do Público e a outra ser do Diário de Notícias. Dois jornais com o mesmo texto sobre a mesma notícia? A coisa mais normal do mundo. Simplesmente pegam nos comunicados da Lusa (gerida e controlada pelo Estado) e colocam-nos no jornal online. Censura para quê? Não há investigação jornalísitca. No entanto esta notíca até vale a pena ler porque Medina Carreira acerta na mouche.

domingo, 6 de dezembro de 2009

CLIMATEGATE


As últimas semanas têm sido profícuas em acontecimentos altamente relevantes para com a questão ambiental. Mais concretamente para com a ideia de 'aquecimento global'. Curiosamente nas televisões e nos jornais parece que nada se passa. A conclusão é que o gap entre a realidade e aquilo que é transmitido pelos media generalistas é cada vez maior. Não sou de grandes teorias conspirativas mas parece-me cada vez mais evidente que há um status quo que vive da manutenção do seu poder e que reflecte mediaticamente essa necessidade numa noção do 'politicamente correcto' que nos transmite a nós, humildes cidadãos, a norma pela qual devemos reger a nossa vida.

Graças a Al Gore, o aquecimento global entrou no establishment actual e aquilo que era uma preocupação legítima partilhada por um grande número de pessoas preocupadas em manter o planeta sustentável passou a revelar oportunidades de negócio interessantes para o establishment. Basta pensarmos nos milhões investidos em novas tecnologias, nas novas oportunidades que as energias alternativas representam e no falado mercado internacional de emissões de CO2. A par, o discurso ambiental é etica e moralmente apelativo (até mesmo exigível) por isso conjuga na perfeição com a noção do politicamente correcto. De repente, todos têm preocupações ambientais, a máquina do establishment assume o discurso oficial e propagandeia a nova verdade. E ai de quem disser que o planeta não está aquecer. É que uma coisa é uma preocupação legítima com a sustentabilidade ambiental; outra coisa completamente diferente é a histeria acrítica sobre o aquecimento global. E tão eficaz é a máquina propagandista mediática que parece que estas duas coisas tão diferentes são uma mesma coisa. Ou seja, temos de ter preocupações ambientais porque o planeta está a aquecer demais. E daí para a noção de que impedir o planeta de aquecer resolve a questão da sustentabilidade ambiental. E isto não é verdade. A sustentabilidade ambiental é muito mais do que o debate sobre o aquecimento global. A verdade é que a sustentabilidade ambiental é que resolve o problema do aquecimento global (se este for causado pelo Homem).

Ora nas últimas semanas foi revelado através da Internet que os mais relevantes defensores da tese 'o planeta está a aquecer e a culpa é do Homem' adulteraram dados, silenciaram opositores, viciaram modelos de pesquisa e falsificaram conclusões. Na realidade, ao invés de fazerem 'boa' e verdadeira ciência, procuraram esconder o facto de o planeta não revelar índices de aquecimento desde 1998(!). [Para mais informações pormenorizadas ler este excelente artigo]

Quer isto dizer o quê? Que não é preciso preocuparmos-nos mais com o ambiente? Evidentemente que não. Como já disse preocupação por sustentabilidade ambiental e aquecimento global são duas coisas diferentes. Para mim a opção pelo renovável e sustentável continua a ser aquilo que económica e socialmente faz mais sentido. E é também o que é mais correcto para com o nosso planeta e os nossos companheiros menos racionais neste habitáculo espacial que é a Terra. Temos de ter em consideração que, independentemente do aquecimento global ser uma realidade mais ou menos relevante, a sustentabilidade ambiental continua a ser fundamental.

No entanto o escândalo do Climategate demonstra muito do que se passa hoje em dia: O bem comum, a honra, a ética, a seriedade e a responsabilidade individual são valores em perigo. Na realidade não é diferente do nosso primeiro-ministro a mostrar estudos (que dizem que Portugal é o melhor dos mundos) que diz serem da OCDE quando se vem a descobrir que eram estudos do próprio Governo. É tudo gente da mesma laia. Sem valores. E assim vai o nosso mundo.

PRESENTES SOLIDÁRIOS

Pelo segundo ano consecutivo recorri aos presentes solidários para as minhas prendas de Natal. O conceito é simples: Compra-se um certificado por uma determinada quantia e a pessoa a que se dirige o presente recebe o certificado. Este ano as opções variam entre latas de leite em pó para a Guiné-Bissau (6€), painéis solares para Cabo Verde (24€), um kit de construção para Angola (18€), um estojo de higiene para Timor-Leste (13€), uma cadeira de escola para São Tomé e Príncipe (9€) ou uma cabra para Moçambique (33€). Todos estes produtos visam suprir necessidades básicas, gritantes e específicas de certas regiões naqueles países. Os produtos são adquiridos nos próprios países servindo também para desenvolver os mercados locais. A ideia é fantástica e a mim parece-me muito mais interessante contribuir para o desenvolvimento e o amenizar de algumas dificuldades desses povos ao invés de gastar dinheiro em coisas supérfluas de que realmente não precisamos e que acabam invariavelmente por ficar esquecidas dentro de uma qualquer gaveta como um lastro que aumenta a cada mudança de casa. Ganham aqueles que mais precisam, ganhamos nós uma consciência mais tranquila. E isso é uma grande prenda.
Visitem o sítio: www.presentessolidarios.pt

DO SENTIDO

"É nesta gigantesca sociedade de consumidores que procuramos, desesperados, encontrar espaço para novos valores que nos orientem ou nos agarramos, como náufragos, aos escassos vestígios dos que aprendemos a respeitar. Porque, na ausência de um sentido para as coisas, cada um de nós não é mais do que um autómato de consumo, capturado pelo marketing e reduzido a um egoísmo estéril e deprimente."

Aqui.

NEM MAIS

"Criar filhos, e não caniches, e viver muitos anos com outra pessoa não é uma partitura compatível com a cultura sobre-capitalista e hiper-consumista dos nosso dias."

Aqui.