"O indivíduo pode visar numerosos objectivos pessoais, finalidades, esperanças, perspectivas, que lhe dêem o impulso para grandes esforços e elevadas actividades; mas quando o elemento impessoal que o rodeia, quando o próprio tempo, não obstante toda a agitação exterior, carece no fundo de esperanças e perspectivas, quando se lhe revela como desesperador, desorientado e sem saída, e responde com um silêncio vazio à pergunta que se faz consciente ou inconscientemente, mas em todo o caso se faz, a pergunta pelo sentido supremo, ultrapessoal e absoluto, de toda a actividade e de todo o esforço, então tornar-se-á inevitável, precisamente entre as naturezas mais rectas, o efeito paralizador desse estado de coisas e esse efeito será capaz de ir além do domínio da alma e da moral e de afectar a própria parte física e orgânica do indivíduo."
Thomas Mann, A Montanha Mágica, Círculo de Leitores, 1981; pp. 32
Pois é.
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