quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A FELICIDADE NA VIRTUDE DO MEIO TERMO

Se é verdade que levar uma vida guiada apenas pelos prazeres imediatos e ausente da racionalidade inquisitiva oferecida aos humanos é uma vida que não se potencia a si própria e, por contágio, causa problemas nos outros  - para não se fazer mal aos outros têm de se pensar quanto mais não seja, pensar nos outros; no entanto, também não será menos verdade que uma vida racionalista, própria de grandes pensadores (ou que o pretendem ser), guiada única e exclusivamente pelo pensamento - a razão - e despida das emoções será igualmente uma vida incompleta, aquém da potência máxima humana. E, não tenhamos dúvidas, também esta segunda forma de vida, tristonha e fria, não deixará de não cumprir para com o outro - o outro a quem muitas vezes basta um sorriso para que se imponha o tal bem - tal como falha perante si própria porque não há vida humana cujo objectivo máximo não seja a felicidade. Como pode ser feliz o humano que, preso às emoções não atinge a razão? Não pode, é um escravo do sentir. E como pode o humano que, preso aos caminhos infinitos da razão, não atinge a emoção? Não pode, é um escravo do pensar. A felicidade, portanto, será a libertação máxima: o corte com os grilhos do pensar que libertem o nosso sentir e o corte com os grilhos do sentir para que libertem o nosso pensar. No meio é que está a virtude: não basta saber pensar, é preciso também saber sentir.

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