segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E QUE TAL, NÃO?

Ode peterpantesca

A surpresa da realidade,
através de sobeja sinceridade,
não deixou de me surpreender
pela sua triste crueldade.

Talvez seja esta pequena desilusão,
uma disfarçada e inesperada bênção;
intuísse eu tamanha crueldade,
e teria esquecido a imberbe ilusão.

Não estarei arrependido, no entanto,
de perseguir o seu inocente canto;
mesmo que tenha sido só eu,
é no sonhar que está o encanto.

Sonho pequenino,
talvez próprio de menino;
sorrio para mim mesmo,
com o meu pouco tino.

Coisa boa e invejável,
Essa do desatino;
Conclusão formidável:
Não quero ser mais do que um menino.

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