"O Zé correu rapidamente em busca daquela bola colorida. Teve como principal problema o facto dela ter resvalado para fora da varanda e, caprichosamente, ter ido anichar-se num tufo de cactos. Ora, isto de as plantas serem muito giras até pode ser verdade mas, também não deixará de ser certamente absolutamente verídico o facto de um aglomerado de cactos, essa planta desconfiada e super protegida, vegetal armado até aos dentes, enfim, não deixará de ser verdade que tal aglomerado de picos selvagens representa um grande problema para um bípede humano de apenas cinco anos. Isto para não falar ainda do maior problema que tais aparelhadas verduras significam para uma pequena bola de plástico, de um frágil objecto falamos agora, uma vulnerável coisa bastante atreita às complicações inerentes à junção da sua ténue camada plastificada que impede o ar nela contido de fugir para a atmosfera, ou seja, uma bola é uma bola porque tem ar e, tal como as pessoas, se o perder a sua existência cessa, acaba-se o jogo e a brincadeira e a pobre bola conhecerá de forma absolutamente infalível o fim último de tudo o que existe e deixa de o fazer, ou seja, é como quem diz, passar a sentir na pele o triste ostracismo dos vivos que
como todos sabemos
não querem coisas mortas ao pé de si, claro que não, uma bola furada vai para o cemitério de todas as bolas, exacto, o caixote do lixo. O que nós não nos poderemos aqui esquecer é que para uma criança de cinco anos, falamos novamente do Zé, a bola é muito mais nova, tem apenas um mês, talvez uma curta idade, não se sabe, isto dos ciclos de vida de uma bola, principalmente das pobrezinhas que nem têm direito a pipo de reenchimento, cabedal e fios de costura, principalmente para essas, se calhar, sabe-se lá, talvez um mês numa vida de bola não seja assim tão pouco. Mas a questão não é essa. É que para o Zé a bola tem mais vida do que um tufo de verduras cheio de picos. A primeira brinca com ele, salta, foge, deixa-se apanhar, interage e permite muita brincadeira. Já os segundos, os tais beligerantes cactos, esses só chateiam, picam e magoam, pior ainda, são causadores de um grande número de baixas na comunidade das bolas. Assim, para o Zé, o que era importante era salvar a sua nova bola preferida de ser terrificamente esventrada às mãos pérfidas, vis e torpes dos famosos cactos assassinos.(...)
E foi sozinho que o temerário petiz se dirigiu para o canteiro por debaixo da varanda onde se via, bem lá ao fundo, um objecto redondo e pintalgado de azul e encarnado. Parando em frente aos cactos, dedicou-se o miúdo a estudar a situação. Procurando o local mais desprovido de picos pensou que conseguiria alcançar a bola, pelo que gatinhando, começou a percorrer o curto mas penoso caminho que o separava do motivo de tanto esforço. Ao começar a penetrar a densa floresta de espinhos, cedo percebeu
a dor aguda causada pelo contacto com dois picos ajudou
que não conseguiria alcançar os seus intentos daquela forma. Lembrou-se, então, de ir buscar uma vassoura para tentar puxar a bola para junto de si. É assim que os humanos fazem, quando Maomé não consegue ir até à montanha, arranja-se tecnologia para fazer que a montanha vá até Maomé. Nem que a tecnologia em causa seja algo de milenar existência, um singelo pau. Foi na busca por uma vassoura, já tinha visto o seu pai fazer isso, que o Zé se dirigiu para a arrecadação, era do outro lado da varanda, do lado de fora da casa. Chegado lá, pegou na vassoura e estava ele pronto para se vir embora quando reparou na existência de um objecto mais comprido que a vassoura. Pois. Se queremos chegar a um sítio difícil, quanto maior for o objecto auxiliar, mais fácil se torna a tarefa. Foi assim que o Zé, armado de uma pesada enxada, arrastou-se até ao canteiro, a esperança invadia-o, estava certo de que conseguiria resolver o imbróglio.
Chegado lá começou o miúdo a empurrar o cabo da enxada para o fim do canteiro, até aí tudo bem, nada de mais, a enxada era pesada mas o pequeno lá conseguiu. A dificuldade residia agora em conseguir levantá-la segurando apenas na extremidade. Desígnio simples para adultos e jovens, nada mais fácil e banal, mas tarefa impossível para aquele muito jovem petiz, não conseguia, bem tentou o pobre coitado mas viu as suas esperanças esvaírem-se num esforço inglório e absolutamente inútil. Enfim. Bufou o miúdo, irritou-se com a situação, porque é que o raio dos picos estão ali, que merda, bolas, fosga-se, porra para isto, o que quiserem, se a fúria de um singelo fluxo de existência humana matasse, aqueles cactos já teriam o enterro encomendado e estariam a esta hora a encontrarem-se com o seu criador, com o seu deus, exageros e devaneios literários, sabemos lá nós quem é que os cactos acham que é deus, mistério insondável, talvez o seu deus seja o homem de boné e enxada que lhes dá água e faz a poda. Já esta irritante criança deverá ser o diabo em pessoa, anda ali a espezinhar as suas raízes, a espetar paus, a incomodar e a prejudicar tão pacatas criaturas, é isso mesmo, os cactos só podem ser apelidados de pacatos porque só fazem mal a quem lhes mexe, e mesmo assim só se lhes mexer com muita força, toda a gente sabe isso, um pico tocado com gentileza não faz mal a ninguém.
Viu-se o Zé forçado a deixar a enxada para trás de si, não tinha utilidade nenhuma, começou a tentar novamente ir ele próprio atrás da bola, aguentou, um, dois e três picos, já sangrava de um braço, corajoso continuou ele, mas chegado a um ponto percebeu que não conseguiria ir mais longe, triste sina a do rapaz, nada a fazer, teve de voltar para trás em marcha atrás, releve-se o pleonasmo, é parecido com o subir para cima, a diferença é que queríamos mesmo referir o facto do miúdo vir em marcha atrás, à ré se preferirem, lá foi ele, andou, andou e saindo por fim do ignóbil canteiro, levantou-se, que desgraça, quando se punha de pé, o seu pé direito apoiou-se na pá da enxada, que coisa desgraçada, já adivinham o que aconteceu, claro, quando fez força para se levantar apoiado em tão perigoso instrumento, a enxada não gostou e ao ser pressionada na parte de baixo, o respectivo pau levantou-se num ápice, é a teoria física das alavancas que tanto jeito deu a tantos humanos durante tanto tempo mas que aplicada aqui apenas resultou no pau a bater na cabeça do Zé, que horror, levou o miúdo uma paulada, os sentidos abandonaram-no e caiu ele desamparado, que terrífico acidente, em cima dos cactos, vá lá os olhos estavam fechados, espetou-se ele por aquele canteiro a dentro, queda por knock out logo ao primeiro round, grande vitória da enxada Tyson, estava o miúdo a dormir e a sangrar por todos os lados deitado naquele canteiro.
Nunca mais o Zé se esqueceu daquele dia, o dia em que abandonado, a tentar salvar uma bola, acabou no hospital a tirar catorze enormes espinhos de cacto da pele e a levar cinco pontos na cabeça. Assim foi, tivesse o pai ou a mãe ajudado e tal coisa nunca teria acontecido, foi nisso que o Zé pensou, nunca esqueceu, foi ali que percebeu que se queria fazer alguma coisa da vida teria de o fazer sozinho."
quarta-feira, 29 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
LITTLE GAME
"Once I had a little game
I liked to crawl back into my brain
I think you know the game I mean
I mean the game called 'go insane'
Now you should try this little game
Just close your eyes forget your name
Forget the world, forget the people
And we'll erect a different steeple
This little game is fun to do
Just close your eyes, no way to lose
And I'm right there, I'm going too
Release control, we're breaking through"
domingo, 26 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
O DIÁRIO DOS MOMENTOS PERDIDOS (II)
Quarto de dormir. 11h32
Que fazes tu aí?
Nada.
Como nada?
Nada.
Mas estás aí a mexer nisso para quê?
Para nada.
Ouve.. Não queres dizer não digas, agora não me digas que não é nada. Dizes só que não queres dizer.
Está bem.
Está bem, o quê?
Está bem.
Porra, está bem o quê? Não me queres dizer o que é que estás a fazer?
Sim.
Mas porquê?
Por nada.
Mas o que é que se passa?
Nada.
Mas fiz-te alguma coisa?
Não.
Então estás chateada com quê?
Com nada.
Então mas estás a falar assim comigo porquê?
Não estou a falar de forma nenhuma.
Essa agora! Mas que raio te fiz eu pah??
Não me levantes a voz.
MAS LEVANTAR A VOZ O QUÊ? SÓ QUERIA SABER O QUE É QUE ESTAVAS A FAZER!
Cala-te, já não te posso ouvir.
Eu é que não te posso ouvir!
Estás louco? Eu estava aqui calada!
Louca estás tu, que raio te fiz eu, porra só queria saber o que é que estavas a fazer.
E porque é que tens de saber tudo? Deixa-me em paz.
Deixa-me tu em paz.
Eu estava calada.
Vai à merda.
Vai tu.
(Cont.)
sábado, 18 de julho de 2009
HIPO
Lago Mburo, Uganda; Maio 2009
Foto AVP
Passam o dia dentro de água para se proteger do sol e saiem à noite para buscar alimento. O Lago Mburo representa o paraíso na terra para os hipopótamos, dos quais, aliás, andámos a fugir. Para quem possa pensar que o simpático bicho não faz mal a uma mosca, desengane-se, fique já aqui a saber que o hipopótamo é o animal que mais humanos mata por ano em África.
Foto AVP
Passam o dia dentro de água para se proteger do sol e saiem à noite para buscar alimento. O Lago Mburo representa o paraíso na terra para os hipopótamos, dos quais, aliás, andámos a fugir. Para quem possa pensar que o simpático bicho não faz mal a uma mosca, desengane-se, fique já aqui a saber que o hipopótamo é o animal que mais humanos mata por ano em África.
MBURO
NO CENTRO DO MUNDO
MOMBASA - NAIROBI
Quénia, Maio 2009
Fotos AVP
Fomos em primeira classe, no post abaixo falo das aventuras da viagem. Realce para a carruagem restaurante da primeira classe com os seus talheres de prata originais do início do Século XX (os que sobram, mais ou menos metade) e as toalhas brancas de pano. Apoquentem-se bem os românticos que gostam destas coisas, parece que a linha ferroviária vai fechar, se querem ter esta experiência absolutamente única e fantástica apressem-se que isto não dura para sempre.
Fotos AVP
Fomos em primeira classe, no post abaixo falo das aventuras da viagem. Realce para a carruagem restaurante da primeira classe com os seus talheres de prata originais do início do Século XX (os que sobram, mais ou menos metade) e as toalhas brancas de pano. Apoquentem-se bem os românticos que gostam destas coisas, parece que a linha ferroviária vai fechar, se querem ter esta experiência absolutamente única e fantástica apressem-se que isto não dura para sempre.
KILIMANJARO
Tsavo West, Quénia; Maio 2009
Foto AVP
Entre Mombasa e Nairóbi, na melhor viagem de combóio da minha vida, fui acordado com esta visão. De realçar que só vimos o Kilimanjaro porque na noite anterior estivemos parados cerca de quatro horas, por avaria da locomotiva, parados à espera de uma nova locomotiva (que também viria a avariar) se não teríamos passado no Kilimanjaro de noite e não veríamos nada. Não fossem as avarias das locomotivas (e dos travões que bloquearam a determinada altura) e a viagem teria demorado metade do que demorou (23 horas) mas não teríamos visto o Kilimanjaro e não teria tido metade da piada. Mais uma vez, tivemos muita sorte.
Foto AVP
Entre Mombasa e Nairóbi, na melhor viagem de combóio da minha vida, fui acordado com esta visão. De realçar que só vimos o Kilimanjaro porque na noite anterior estivemos parados cerca de quatro horas, por avaria da locomotiva, parados à espera de uma nova locomotiva (que também viria a avariar) se não teríamos passado no Kilimanjaro de noite e não veríamos nada. Não fossem as avarias das locomotivas (e dos travões que bloquearam a determinada altura) e a viagem teria demorado metade do que demorou (23 horas) mas não teríamos visto o Kilimanjaro e não teria tido metade da piada. Mais uma vez, tivemos muita sorte.
INTRÉPIDOS AVENTUREIROS
Samburo, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Naquele que foi um dos pontos mais altos de toda a aventura africana, acampámos a beira de um rio onde existiam crocodilos e hipopótamos. Como se esses não bastassem, uma vez que não havia qualquer espécie de protecção - divisão em relação à reserva, a qualquer momento poderia aparecer-nos um leopardo ou leão. Sentimo-nos mesmo na aventura do mato africano, que nem os intrépidos aventureiros que nos auto-intitulámos e, como sempre, tivemos sorte, tudo correu bem, a registar só mesmo a maior cautela com as saídas da tenda a meio da noite para alguma necessidade. Posso garantir que alguns recordes de rapidez foram batidos.
Foto AVP
Naquele que foi um dos pontos mais altos de toda a aventura africana, acampámos a beira de um rio onde existiam crocodilos e hipopótamos. Como se esses não bastassem, uma vez que não havia qualquer espécie de protecção - divisão em relação à reserva, a qualquer momento poderia aparecer-nos um leopardo ou leão. Sentimo-nos mesmo na aventura do mato africano, que nem os intrépidos aventureiros que nos auto-intitulámos e, como sempre, tivemos sorte, tudo correu bem, a registar só mesmo a maior cautela com as saídas da tenda a meio da noite para alguma necessidade. Posso garantir que alguns recordes de rapidez foram batidos.
BÚFALO
Nakuro, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Resolvemos enfrentar esta manada de búfalos com os nossos rugidos de leão. O impasse durou alguns segundos, ainda pareceu que eles quereriam investir contra nós mas acabaram por se ir embora, com medo. Os intrépidos aventureiros White Masai venceram o combate mas, atenção, com o carro já a funcionar e pronto a arrancar, não fosse o búfalo tecê-las... Mal sabíamos nós que nos íamos atolar mesmo em frente do resto da manada. Bem feito que é para não andar a chatear os búfalos.
Foto AVP
Resolvemos enfrentar esta manada de búfalos com os nossos rugidos de leão. O impasse durou alguns segundos, ainda pareceu que eles quereriam investir contra nós mas acabaram por se ir embora, com medo. Os intrépidos aventureiros White Masai venceram o combate mas, atenção, com o carro já a funcionar e pronto a arrancar, não fosse o búfalo tecê-las... Mal sabíamos nós que nos íamos atolar mesmo em frente do resto da manada. Bem feito que é para não andar a chatear os búfalos.
LAGO NAKURO
Nakuro, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Entre o Mount Kenya (que dá o nome ao país) e a capital Nairóbi (que significa local de água fresca) reside o Lago Nakuro. Aí fomos atacados por macacos ladrões, ficámos atolados à frente de uns búfalos, passeámos livremente no meio de flamingos e, depois, lá em cima, êxtase com a vista que nos entrava pelo cérebro dentro. As manchas cor de rosa são flamingos. Muitos flamingos.
Foto AVP
Entre o Mount Kenya (que dá o nome ao país) e a capital Nairóbi (que significa local de água fresca) reside o Lago Nakuro. Aí fomos atacados por macacos ladrões, ficámos atolados à frente de uns búfalos, passeámos livremente no meio de flamingos e, depois, lá em cima, êxtase com a vista que nos entrava pelo cérebro dentro. As manchas cor de rosa são flamingos. Muitos flamingos.
CHITA
Masai Mara, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Só tinha visto chitas em cativeiro na África do Sul no Cheetah Project. Aqui apanhámos não uma mas três, mãe e prole.
Ficámos por ali bem mais de meia hora a observar as crias a brincar enquanto a mãe perscrutava a envolvente à procura de potencial alimento. Acabámos por ter de nos obrigar a ir embora com receio de estarmos a prejudicar a sua busca de caça. Mais uma vez tivemos muita sorte.
Foto AVP
Só tinha visto chitas em cativeiro na África do Sul no Cheetah Project. Aqui apanhámos não uma mas três, mãe e prole.
Ficámos por ali bem mais de meia hora a observar as crias a brincar enquanto a mãe perscrutava a envolvente à procura de potencial alimento. Acabámos por ter de nos obrigar a ir embora com receio de estarmos a prejudicar a sua busca de caça. Mais uma vez tivemos muita sorte.
ZEBRAS
REIS DO MASAI MARA
Masai Mara, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Atraídos por uns abutres que pairavam a um quilómetro de distância fomos descobrir uma carcaça de uma girafa, devidamente acompanhada por um leão que descansava debaixo de uma árvore. Os intrépidos aventureiros na ânsia de comunicar com ele colocaram em elevado som uns rugidos de leão na aparelhagem da carrinha e não é que aparecem mais dois felinos, Reis do Masai Mara, leões de idade e porte respeitável, venerandos gatos que patrulham aquele território já há mais de uma década. Tivemos sorte, ajudada por algum engenho, aqui fica o testemunho destes três leões com cara de quem pergunta, o que é que raio estão estes humanos para aqui a dizer em linguagem de leão?
Foto AVP
Atraídos por uns abutres que pairavam a um quilómetro de distância fomos descobrir uma carcaça de uma girafa, devidamente acompanhada por um leão que descansava debaixo de uma árvore. Os intrépidos aventureiros na ânsia de comunicar com ele colocaram em elevado som uns rugidos de leão na aparelhagem da carrinha e não é que aparecem mais dois felinos, Reis do Masai Mara, leões de idade e porte respeitável, venerandos gatos que patrulham aquele território já há mais de uma década. Tivemos sorte, ajudada por algum engenho, aqui fica o testemunho destes três leões com cara de quem pergunta, o que é que raio estão estes humanos para aqui a dizer em linguagem de leão?
AVESTRUZ
ELEFANTE
Masai Mara, Quénia; Maio de 2009
Foto AVP
Por entre as planícies rodeadas de montes e vales do Masai Mara, estes nobres gigantes passeiam-se sem grandes preocupações. Mal sabem eles a sorte que têm, contentemo-nos nós por saber a sorte que tivémos em, por algusn dias, podermos partilhar este paraíso com eles.
Foto AVP
Por entre as planícies rodeadas de montes e vales do Masai Mara, estes nobres gigantes passeiam-se sem grandes preocupações. Mal sabem eles a sorte que têm, contentemo-nos nós por saber a sorte que tivémos em, por algusn dias, podermos partilhar este paraíso com eles.
LEOPARDO
AFRICAN ROAD
MASAI WOMAN
QUÉNIA
segunda-feira, 6 de julho de 2009
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