domingo, 30 de novembro de 2008

CHIADO

A cada dia que passa, me convenço mais que a profunda vida de uma cidade está mais nos seus excluídos, naqueles que cantam, gritam, pedem e actuam para sobreviver, vivem das suas artes, dos seus engenhos; está mais naquelas estórias inverosímeis e anormais que nunca se inscrevem na História, do que no conjunto amorfo de seres perfeitos, belos, que fazem o que acham que devem fazer, pejados de pessoas veneradas, futuras estátuas de mármore branco, normais, em tudo iguais uns aos outros e que quando passam pelos excluídos anormais, viram a cara com a indeferença própria de quem habituado a tanta "normalidade" já nem sequer reconhece a humanidade noutro ser.

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