domingo, 30 de novembro de 2008

A PRISÃO DO PENSAR VS A LIBERDADE DO SENTIR

ode delfiniana (soltem os prisioneiros motif)

A madrasta enganadora,
do irreflectido cobiçar,
ensinou-nos no passado,
que a vida seria o pensar.
De tijolo em tijolo,
feitos de nobres pensamentos,
edificámos gigante muro
que ali nos veio cercar.
E se o pensar se faz de tijolos,
até quantos tijolos poderá o mundo pensar?
Sendo muitos, certamente,
não serão tantos quanto seria de desejar.
Por isso, por mais que se construa,
a matéria prima estará, sempre,
condenada a escassear.
E se batemos na cerca,
no invisível limite do nosso pensar,
há que ter calma,
porque da base da vida,
ainda falta algo analisar.
É do sentir que falamos agora,
e desse ninguém nos falou outrora;
é tão nobre acto quanto o pensar,
e há muito mais onde procurar;
há um planeta, uma lua e uma estrela,
há um infinito universal:
Havendo tanto que sentir,
e tão pouco que pensar,
da vontade de perguntar,
porque dá o pensar tão pouco que sentir,
e o sentir tanto que pensar.

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