Ode Lilicaneciana
A vida é aquilo que nós não sabemos que ela é.
É a angústia da morte.
É o entretanto. Aquilo que está entre o nascimento e o fim.
Será que haveria vida sem morte? A morte só existe por que vivemos.
A vida só existe porque nascemos.
Se não morrêssemos, não nascíamos.
Existíamos apenas.
Seríamos Deus.
A vida só existe porque há morte.
Viver é morrer.
Não.
Não é assim.
Que vivam os mortos e que não morram os vivos.
Que se cantem as hossanas para sempre.
Que a voz não nos doa.
Que a morte não nos apoquente.
Que nasçam os novos e não morram os velhos.
Queremos tudo!
Eternidade divina.
Sim.
Um dia seremos Deus.
Aí sim.
Aí sim saberemos o que é viver.
Até lá vivemos na ignorância.
Que cantem os tolos.
Que gritem os loucos.
Vivamos a nossa angústia na felicidade da ignorância.
Tristes e felizes.
Contentes e ignorantes.
Vivos.
Ainda.
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