sábado, 6 de outubro de 2007

CANTIGA DE AMIGO

"Constituem a variedade mais importante e original da nossa produção lírica da Idade Média"

por Alguém


E foi assim que há uns anos atrás eu me enfiei na minha máquina do tempo e percorri anos e décadas e séculos até me encontrar nos fundos recônditos da minha mente com o tempo dos trovadores. E isto foi o que eu ouvi...


CANTIGA DO AMIGO VIAJANTE

Eu fora uma criança
Cheia de esperança
Que tudo sentia
Que muito queria
Mas que nada percebia

Sorte de quem pode a felicidade sentir
Por nele a ignorância residir
Sentido que está sempre certo
Tudo recebe de peito aberto
E o seu sonho está sempre tão perto

É que quem nada percebe
È aquele que tudo recebe
È quem num estilo diletante
Sente a força fulgurante
E vê a luz, de todas, a mais brilhante

Mas depois eu cresci
E foi aí que percebi
Que havia algo que faltava
Um nada que dentro de mim falava
Enfim, um desejo que palpitava

Mas aquilo que eu queria
Por cá não havia
Não sabendo onde procurar
Fui por todos os mares navegar
E aos cumes mais altos subi, para olhar

O mundo, eu corri
Para todos, eu sorri
Para alguns, eu chorei
Muito eu encontrei
Menos aquilo que procurei

Quando mais nada havia a descobrir
Vi que algo continuava por sentir
O sonho que nunca vi
O grito que jamais ouvi
O mito que não vivi

Desolado eu fiquei
Desconsolado me quedei
Cansado de tanta procura
Sem ânsia de mais loucura
Com a alma finalmente pura

Nesse momento eu voltei
E foi quando me encontrei
No instante em que percebi
Que aquilo que nunca vi
Era o que tinha dentro de mim

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