segunda-feira, 1 de julho de 2013

À DERIVA (e a meter água)

Vou explicar por que razão este governo não dura até ao final do ano: para se equilibrar as contas públicas é preciso, como deveria ser evidente para todos, aumentar as receitas e diminuir a despesa. O ministro das finanças tem a capacidade de aumentar as receitas (o Gaspar assim fez) mas apenas consegue diminuir a despesa em duas circunstâncias: ou há uma reforma de fundo do Estado levada a cabo por um governo onde, cada ministro, na sua área, seja capaz de efectivamente baixar a despesa nos diferentes sectores (principalmente nos fundamentais como a educação, saúde e segurança social onde oitenta por cento da despesa pública se encontra concentrada) ou, então, como alternativa, à Salazar, o ministro das finanças teria poder de veto sobre as despesas desses ministérios. Como Gaspar não tinha nem uma nem outra possibilidade limitou-se a perder anos de vida e a fazer o que podia: subir impostos. Podem crucificar o homem à vontade mas quem verdadeiramente falha aqui é, por um lado, o governo por inteiro, principalmente os ministros das pastas mais importantes e que não reformaram um pevide e, por outro, evidentemente, um primeiro ministro que, após dois anos, nada tem para apresentar ao país. É por isto que que o governo não durará: não tem política, não tem ideias e não tem reformas para apresentar. Ora, sem política, sem ideias e sem reformas os resultados serão, obviamente, zero. No final, fica, como sempre, tudo na mesma: a malta cada vez mais à rasca e o barco cada vez mais afundado.

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