segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

NO ANDAIME

Moldavos e africanos empoleiram-se em andaimes periclitantes do outro lado da minha rua, a uma altura de mais de quatro andares. Andam sem medo, carregam pesados materiais e trabalham das sete da manhã até às cinco da tarde. Pela hora do almoço metem uma bucha, barata e rápida, enquanto bebem uma cerveja estrangeira empoleirados sem cordas ou protecção num ferro estreito demais. Riem-se e mandam piadas, os camaradas de guerra. São homens que assobiam alegremente enquanto enfrentam a morte gritada por um abismo que não os amedronta.

Um comentário: