sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
MALDITO SEJAS (ou o desabafo desiludido perante a evidência)
Aquilo que esta gente que anda para aí a correr de um lado para o outro, uns a desmentirem o óbvio, outros a desculparem o evidente; uns a falarem de regras e formalidades, outros a esconderem-se por detrás dessas mesmas formalidades. Aquilo que esses todos não parecem compreender é que o que está em risco não é apenas a credibilidade (ou antes: a falta dela) do PM nem a competência (ou antes: a falta dela) do PGR. Não. O que está em causa é que, graças a esta gente, quem quer que diga o que quer que seja já não é acreditado por ninguém. Esse é que é o problema. Esta personagem vem dizer que Sócrates "nunca foi arguido". So what? O que está em causa é a credibilidade do sistema. O problema que parece evidente para todos menos para eles é precisamente o facto de que mesmo que Sócrates, seja no Freeport, seja no Face Oculta, seja nas inúmeras complicações a que parece estar associado, mesmo que devesse ter sido constituído arguido não o seria. Aquilo que esta gente não compreende é que estão a enterrar o regime num poço sem fundo onde ninguém acredita nos titulares das instituições públicas. Num país a sério, quem se vê numa posição destas demite-se porque o cargo (seja PGR, seja PM) é mais importante para o bem do colectivo (entenda-se o país) do que para o titular que o ocupa. Mas no país do salve-se quem puder alguém tem esse sentido de estado? Claro que não. Enterram-se na porcaria e levam tudo com eles. Infelizmente no Portugal pós-Sócrates salvar-se-á muito pouco. O seu legado será um país empobrecido, escravizado por uma dívida gigantesca, parte do problema que coloca em perigo o euro e, como se já não bastasse, um país onde ninguém acredita em ninguém, onde se sente a impunidade dos poderosos e a fraqueza dos fracos. Um país divido, enfraquecido, envergonhado. Maldito sejas Sócrates, que me fazes ver o pior de Portugal. Maldito sejas. Tu e todos os outros como tu. Que são muitos, infelizmente e representam a medida da nossa pequenez. Maldito sejas.
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Malditos!
ResponderExcluirMas há esperança para o futuro, pois este presente vergonhoso pode ser mudado por pessoas como tu.
Sz