"Eu sou aquele que poderia ter sido,
e o meu nome é Nunca Mais."
Dante Gabriel Rossetti
segunda-feira, 28 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
sábado, 19 de abril de 2008
IDENTIDADE
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
in Tabacaria, Álvaro de Campos
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
in Tabacaria, Álvaro de Campos
quinta-feira, 3 de abril de 2008
ANA MOURA
Aqui há uma semana ou duas tive a oportunidade de ir jantar à "Casa de Linhares", por muitos conhecida como o "Bacalhau de Molho". Ouvimos um cartaz de fadistas fantásticos, jantámos muito bem e os minutos deram em horas e, sem dúvida, foi uma grande noite à portuguesa, daquelas que nos lembraremos sempre.
Mas se há algo a destacar é a voz e a alma da Ana Moura. Fantástica, aliás a sua carreira vai de sucesso em sucesso, para muitos (onde eu humildemente me insiro) a melhor fadista portuguesa da actualidade, tem uma voz espectacular e, mais do que isso, uma alma que nos inunda quando temos a oportunidade de a escutar. É de ouvir, sentir e elevarmo-nos no ar, curvados perante o talento puro de quem faz aquilo que nasceu para fazer. Delicioso!
Aconselho vivamente a experiência de a ouvir ao vivo, sem microfones, e a uns míseros metros de distância, se bem que agora terão de esperar porque a Ana Moura anda por terras estado-unidenses em digressão.
Aqui fica um fado para apreciar:
"Os Búzios"
Mas se há algo a destacar é a voz e a alma da Ana Moura. Fantástica, aliás a sua carreira vai de sucesso em sucesso, para muitos (onde eu humildemente me insiro) a melhor fadista portuguesa da actualidade, tem uma voz espectacular e, mais do que isso, uma alma que nos inunda quando temos a oportunidade de a escutar. É de ouvir, sentir e elevarmo-nos no ar, curvados perante o talento puro de quem faz aquilo que nasceu para fazer. Delicioso!
Aconselho vivamente a experiência de a ouvir ao vivo, sem microfones, e a uns míseros metros de distância, se bem que agora terão de esperar porque a Ana Moura anda por terras estado-unidenses em digressão.
Aqui fica um fado para apreciar:
"Os Búzios"
ONE MILLION STRONG
Climate change is an urgent issue that requires immediate solutions. That's why I've joined with Al Gore and others across the country and around the world who want to halt global warming.
We're on the verge of being over one million strong and I'm asking you to join us. Please click here today to become part of the solutions to global warming:
http://wecansolveit.org/alliance
If leaders in business and government are going to make stopping climate change a priority, we need to send a loud message that we want action now. That's why I'm asking you to get involved today:
http://wecansolveit.org/alliance
Together, we can stop global warming.
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Together, we can stop global warming.
JOAQUIM PAÇO D'ARCOS, "ANA PAULA, PERFIL DE UMA LISBOETA"

O romance "Ana Paula" foi premiado pela Academia das Ciências com o Prémio Ricardo Malheiros 1938. No entanto, a par da distinção, a academia divulgou um parecer onde criticava "as imperfeições, deslizes de semântica, erros de gramática, defeitos de expressão, incorrecções de grafia, expressões francesas ou afrancesadas" bem como condena a "expressão deturpada que ameaça tornar-se endémica na expressão literária portuguesa de hoje".
Nesse mesmo dia, 25 de Novembro de 1938, o autor, Joaquim Paço d'Arcos, enviou à Academia das Ciências a seguinte missiva:
"Ex.mo Sr. Secretário Geral da Academia das Ciências,
Soube pelos jornais da tarde de ontem que a classe de Letras da Academia deliberou conferir-me o Prémio Ricardo Malheiros 1938. Fui concorrente e não sou tão imodesto que possa, em boa verdade, dizer não me ter sido agradável receber essa honrosíssima distinção. Mas a notícia de ontem não era completa; vi hoje que o prémio não me fôra concedido por me ter sido reconhecido o direito de conquista e sim por muita indulgência e graciosa atenção dessa Academia.
Aprecio muitíssimo as dádivas dos Mecenas mas não costumo implorá-las.
E nas condições em que o prémio foi concedido a minha dignidade literária não me permite aceitá-lo.
Confiado em que V.Ex.a compreenderá o direito que me cabe de dar esta carta a publicidade dada ao parecer da Academia, subscrevo-me de
V. Ex.a
Com a mais alta consideração
At.º V. Obg.º
Joaquim Paço d'Arcos"
A resposta não se fez esperar e em 16 de Dezembro do mesmo ano, a Academia, pela mão do seu Presidente, o Sr. Dr. Júlio Dantas, lamentou a "resolução do moço e ilustre escritor, esperando que, esclarecidos os factos" não manteria a decisão de desistência do prémio.
Na tréplica o autor, o Sr. Joaquim Paço d'Arcos, manteve a sua decisão e fez notar o seguinte:
"Mas a língua é o que o povo e os artistas fazem dela e não o que os gramáticos querem. Correspondessem as minhas obras exactamente ao espírito da época em que foram escritas e à linguagem vulgar nela falada, ganhassem elas o favor do público pelos anos fora e os meus netos ainda haveriam de assistir ao divertido espectáculo de a Academia, no ano 2000, em parecer condenatório de um moço escritor que pretendesse laurear, abonar, com passos da "Ana Paula", o vernáculo de uma lei transgredida. O que hoje é condenado entraria assim na gaiola térrea em que os gramáticos obstinados pretendem enclausurar para todo o sempre o génio da língua em permanente evolução".
E termina dizendo:
"Passada a celeuma eu voltarei ao silêncio da minha vida, cautelosamente afastado dos vossos prémios. E nesse silêncio, com a ajuda de Deus, tentarei prosseguir a minha carreira, utilizando a língua portuguesa e servindo-a, não como seu escravo, mas como um dos seus mais humildes lavrantes".
Com um estilo irónico, de uma quase paradoxal inocente perspicácia, foi um prazer ter conhecido a literatura do Joaquim Paço d'Arcos. Recomendo vivamente e agradeço à Ana (ver o blogue da Ana aqui) que mo apresentou.
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