Fleet Foxes, 'White Winter Hymnal, Fleet Foxes (2008)
quarta-feira, 27 de julho de 2011
GEOMETRIA FRACTAL
Os conceitos de geometria fractal demonstram a capacidade para, simultaneamente, o todo conter a parte e a parte conter o todo.
DO PRESENTE E DO ETERNO
Conseguir um humano definir o que é o presente é tarefa impossível. Talvez seja a melhor forma pensá-lo como o tempo que não é nem passado nem futuro. Daqui saem duas coisas curiosas: a primeira é a noção de que a definição para o momento presente é igual à noção de eternidade: tanto o primeiro como a segunda não têm nem passado nem futuro, simplesmente são. A segunda coisa curiosa decorre da primeira: se o momento presente - o que é real, portanto - é aquele momento sem passado nem futuro então todas as nossas memórias (o passado) e todos os nossos sonhos (o futuro) representam nada mais além do que o manto de irrealidade ilusória com que nos separamos do eterno. A vida será, portanto, o sonho do que fomos e uma projecção do que seremos; e destas abstracções se faz o carrossel da existência que, propulsionado pela ilusão de que há sequer um tempo, nos faz esquecer o eterno, ou seja: o que existe de facto. Nas palavras proféticas de Bill Hicks: a vida é apenas um sonho, a morte não existe e nós somos a imaginação de nós próprios.
DA IMAGINAÇÃO
O facto de eu nunca conseguir experimentar ser outra coisa que não eu impede-me de vislumbrar sequer a mais ínfima conclusão acerca da realidade universal: são sempre precisos dois pontos para desenhar uma recta. Sobra-me, portanto, a imaginação e, consequentemente, a possibilidade de felicidade.
AS THE DAYS KEEP TURNING INTO NIGHTS
Alexi Murdoch, 'All of My Days', Time Without Consequence (2006)
DA UNIDADE DAS ALMAS
Desde Platão até aos mais diversos autores, o Ocidente tem por hábito falar nas almas como sendo a parte espiritual dos homens; porque teria a alma, a existir, de ser múltipla e única a cada indivíduo é que me parece uma ideia que nunca foi bem explicada: tão válido seria afirmar que a alma é uma, una e universal - o objectivo divino, portanto - e que se manifesta subjectivamente através da matéria. Desta forma, aquela sensação de individualidade que todos transportamos, o que nos faz sentir como um eu, seria a mesma sensação para todos porque, no fundo, seria o mesmo eu que se revelava em diferentes formas. E de repente, o divino viveria de facto em nós, sendo que este nós na génese seria, tal como tudo o resto, um único eu apenas que disfarçado pelas infinitas máscaras da existência.
sábado, 23 de julho de 2011
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