sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
A NECESSIDADE DA COMPREENSÃO VERSUS A ILUSÃO DA TRANSFORMAÇÃO
A natureza humana é a mesma há milhares de anos: os mesmos problemas, as mesmas ansiedades, as mesmas ilusões e desilusões. Por conseguinte, as principais dinâmicas sociais, na sua essência, são as mesmas também. No entanto, vivemos sobre a ideia de que o progresso e a modernidade nos irão oferecer uma espécie de paraíso terreno onde todos os problemas humanos se resolverão sobre a égide da revolução tecnológica. Nada poderia ser mais falso: qualquer que seja o cenário, a vida dos humanos - a escolha permanente na angústia da existência - permanecerá. Neste sentido o progresso não existe; é apenas uma ilusão criada pela inovação tecnológica pois a essência humana, a ontologia da nossa existência, essa é imutável - logo não progride - porque é simplesmente aquilo que é: a nossa identidade. [No dia em que a essência for outra coisa diferente do que aquilo que tem sido nos últimos - pelo menos - dez mil anos deixaremos de ser humanos] Partindo do pressuposto que o fim último da vida será a felicidade, esta nunca residirá no desejo de transformação da nossa essência mas sim no processo de compreensão, e posterior aceitação (não se pode aceitar o que não se compreende) da nossa própria identidade. Só aquele que se aceita como é poderá ser feliz; o que se auto-recusa viverá sempre na fuga de si próprio: como um cão atrás da sua cauda.
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