Secção dos grandes comediantes
sexta-feira, 25 de julho de 2008
INVASÃO DE MEDUSAS REVELA MEDITERRÂNEO DOENTE
in DN 25.07.2008
"Cada vez em maior número, as medusas regressam todos os anos por esta altura às águas do Mediterrâneo. Nas ilhas Baleares, os veraneantes apercebem-se do problema, porque estes seres gelatinosos lhes estragam os banhos de mar. Mas a questão é mais profunda. A presença crescente destas criaturas marinhas na região denuncia, afinal, o desequilíbrio ecológico ali existente.
O diagnóstico é de uma equipa de biólogos marinhos da organização Greenpeace e do Instituto de Ciencias del Mar (ICM), em Espanha, que fizeram nas últimas semanas uma campanha de observação a bordo do navio Artic Sunrise, da organização ecologista.
"As medusas são o paradigma do desequilíbrio ambiental das nossas águas", afirmou a propósito a bióloga Dacha Atienza, do ICM espanhol, citada num comunicado da organização ambientalista.
"Sabe-se muito pouco sobre a ecologia das espécies mais comuns no Mediterrâneo e a falta de estudos científicos é uma parte do problema", notou a mesma especialista, chamando a atenção para a "necessidade de investigar de forma mais intensiva os fundos marinhos na região das Baleares e as comunidades biológicas ali existentes". Sem essa informação, diz a especialista espanhola, "é impossível garantir protecção adequada a essas espécies das profundidades".
Mas há outras causas para a proliferação das medusas naquela, e noutras zonas, do Mediterrâneo, adiantam os ecologistas. Entre elas, com a maior fatia de responsabilidades, estão "uma maior afluência de nutrientes às águas do mar", a pressão da "urbanização costeira" e da agricultura intensiva, que geram essa contaminação, a diminuição da entrada de água doce na bacia oceânica, devido aos caudais mais reduzidos dos rios que ali desaguam e outros desequilíbrios do ecossistema.
Com esta campanha de observação a bordo do Arctic Sunrise, que incluiu mergulhos a diferentes profundidades com um ROV para observação dos ecossistemas do fundo marinho, biólogos e ecologistas quiseram também chamar a atenção para "a necessidade de combater as causas que originam a presença crescente de medusas nas costas baleares a cada novo ano, como única forma de resolver o problema".
Entre essas causas está também a diminuição crescente, ao longo dos últimos anos, dos predadores das medusas. Esses predadores são espécies de maior parte, como o atum e as tartarugas marinhas.
Os primeiros têm sido sujeitos a uma pesca intensiva, o que acabou por provocar uma queda acentuada nos efectivos da espécie. As segundas, além de afectadas pela poluição, são também sensíveis ao aumento da temperatura das águas, registada nas últimas décadas devido às alterações climáticas. E esta é outra questão para a qual biólogos e ecologistas chamam agora inevitavelmente a atenção.
Desde o século XIX, as águas superficiais do Mediterrâneo sofreram um aumento de temperatura da ordem dos 0,6 graus, o que é outro incentivo importante para as medusas. É que estes seres gelatinosos, que são nocivos para outras espécies mais vulneráveis, como é o caso dos corais, "gostam" muito de águas quentes.|- F.N. "
"Cada vez em maior número, as medusas regressam todos os anos por esta altura às águas do Mediterrâneo. Nas ilhas Baleares, os veraneantes apercebem-se do problema, porque estes seres gelatinosos lhes estragam os banhos de mar. Mas a questão é mais profunda. A presença crescente destas criaturas marinhas na região denuncia, afinal, o desequilíbrio ecológico ali existente.
O diagnóstico é de uma equipa de biólogos marinhos da organização Greenpeace e do Instituto de Ciencias del Mar (ICM), em Espanha, que fizeram nas últimas semanas uma campanha de observação a bordo do navio Artic Sunrise, da organização ecologista.
"As medusas são o paradigma do desequilíbrio ambiental das nossas águas", afirmou a propósito a bióloga Dacha Atienza, do ICM espanhol, citada num comunicado da organização ambientalista.
"Sabe-se muito pouco sobre a ecologia das espécies mais comuns no Mediterrâneo e a falta de estudos científicos é uma parte do problema", notou a mesma especialista, chamando a atenção para a "necessidade de investigar de forma mais intensiva os fundos marinhos na região das Baleares e as comunidades biológicas ali existentes". Sem essa informação, diz a especialista espanhola, "é impossível garantir protecção adequada a essas espécies das profundidades".
Mas há outras causas para a proliferação das medusas naquela, e noutras zonas, do Mediterrâneo, adiantam os ecologistas. Entre elas, com a maior fatia de responsabilidades, estão "uma maior afluência de nutrientes às águas do mar", a pressão da "urbanização costeira" e da agricultura intensiva, que geram essa contaminação, a diminuição da entrada de água doce na bacia oceânica, devido aos caudais mais reduzidos dos rios que ali desaguam e outros desequilíbrios do ecossistema.
Com esta campanha de observação a bordo do Arctic Sunrise, que incluiu mergulhos a diferentes profundidades com um ROV para observação dos ecossistemas do fundo marinho, biólogos e ecologistas quiseram também chamar a atenção para "a necessidade de combater as causas que originam a presença crescente de medusas nas costas baleares a cada novo ano, como única forma de resolver o problema".
Entre essas causas está também a diminuição crescente, ao longo dos últimos anos, dos predadores das medusas. Esses predadores são espécies de maior parte, como o atum e as tartarugas marinhas.
Os primeiros têm sido sujeitos a uma pesca intensiva, o que acabou por provocar uma queda acentuada nos efectivos da espécie. As segundas, além de afectadas pela poluição, são também sensíveis ao aumento da temperatura das águas, registada nas últimas décadas devido às alterações climáticas. E esta é outra questão para a qual biólogos e ecologistas chamam agora inevitavelmente a atenção.
Desde o século XIX, as águas superficiais do Mediterrâneo sofreram um aumento de temperatura da ordem dos 0,6 graus, o que é outro incentivo importante para as medusas. É que estes seres gelatinosos, que são nocivos para outras espécies mais vulneráveis, como é o caso dos corais, "gostam" muito de águas quentes.|- F.N. "
segunda-feira, 21 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
E O PRÉMIO DESBLOGUEADO PARA O PIOR LIVRO DE 2007 VAI PARA...
Já tinha tido a oportunidade de ler o "Equador", romance de estreia de Miguel Sousa Tavares. Achei fraco mas com algum interesse. Não adiantou nada à minha vida, as personagens pareceram-me ocas, descontinuadas e incoerentes mas a vivacidade do relato africano permitiu-me disfrutar do romance e não dar o meu tempo como completamente perdido. No Natal passado recebi como prenda o "Rio das Flores", o segundo romance do mesmo autor e grande acontecimento mediático pois, pela primeira vez em Portugal, a sua primeira edição cifrava-se nuns módicos 100 000 exemplares. Talvez os sete meses que demorei a lançar-me no trabalho de começar a ler este segundo romance de Miguel Sousa Tavares possam atestar o pouco entusiasmo que "Equador" me transmitiu mas nada me preparou para a catacumba de inabilidade literária em que me vi enfiado nos últimos dois ou três dias em que me forcei a terminar a leitura deste segundo romance. Numa palavra: péssimo. Numa segunda palavra: fraquíssimo. Numa terceira palavra: irritante. As personagens são completamente desprovidas de profundidade, ocas e superficiais, lançadas em diálogos de uma descontinuidade e infantilidade absolutamente constrangedoras e inseridos numa narrativa que só acompanha o absoluto desinteresse literário com alguns relatos de cariz histórico, mas que nem sequer isso o são porque o autor não consegue deixar de se arrogar em mensageiro da verdade e de nos atirar à cara com aquilo que são as suas opiniões. Um narrador será sempre, pela importância que tem numa narrativa, dos desafios mais complexos que o escritor tem pela frente. Um narrador opinativo e metediço (como Saramago o consegue fazer exemplarmente) será tarefa ainda mais complexa, agora Miguel Sousa Tavares oscila de forma descontinuada e literariamente incoerente entre o narrador imparcial que conta uma história e o comentador de terça feira da TVI onde dispara atoardas sobre os momentos que não aprecia da história do século XX português, esquece por completo a imparcialidade histórica e, pior ainda, não acrescenta nada de novo ou de particularmente interessante. Se o narrador falha rotundamente, os diálogos são tenebrosos. Trocas de palavras infantis, superficiais, forçadas e pejadas de lugares comuns fazem lembrar, a espaços, as imbecis (palavra que Miguel Sousa Tavares usa e abusa na sua narrativa para qualificar tudo e nada)trocas de palavras do expoente máximo da cultura comtemporâneza portuguesa que são as personagens da telenovela "Morangos com Açúcar". Em suma, consigo perceber que a triste política editorial que parece prevalecer neste mundo moderno, controlado pela ânsia da venda e não pela qualidade literária, leve a que tanto e tão mau se publique, percebo também que se imprimam 100 000 exemplares porque o marqueting tratará de os impingir como leitura obrigatória, percebo ainda que muitos portugueses possam ir ao engano e perder o seu tempo com este livro, agora gostar dele, isso só se quisermos mesmo mesmo mesmo muito saber o que é que o Miguel Sousa Tavares pensa sobre tudo e sobre nada. Em conclusão, um hino ao ego de um comentador fatalista, do mais negativo que temos na nossa praça e uma triste amostra de capacidade literária portuguesa. Com certeza que a Oficina do Livro, que entre outras pérolas nos oferece o brilhantismo da Margarida Rebelo Pinto, não deixará de continuar a imprimir cópias deste livro, talvez um dia seja o mais vendido de sempre em Portugal, que o exportem e mostrem a esse mundo que na capacidade de publicar banalidades, nós os portugueses, não ficamos atrás de ninguém.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
DES-ILUSÃO
E subitamente aquilo que eu tinha visto, pensado ver, sonhado ver
não sei
quem sabe
ali no final da rua, aquilo que eu tinha querido ver, desejado ver,
sei lá que queria eu
ali depois de tudo, no final de tudo, a seguir a tudo. Ali. Eu percebi que o que eu pensava ter percebido não era mais do que o oposto do que efectivamente seria suposto eu ter percebido.
Loop cerebral.
Rewind.
Volta atrás,
mentira
não há voltar atrás quando já se sabe que não se pode ir.
Máscaras de fumos.
Jogos distorcidos.
Traumas perdidos.
Espelhos partidos.
Anseios trocados.
E aquilo que poderia ser não foi, nunca o teria sido, ilusão perdida, ilusão iludida, disilusão sentida.
Os ornatos disseram que viram mas não agarraram, eu vi mas não agarrei, eu vi mas não havia nada para agarrar.
Ainda bem, antes mãos que não se esticam do que dedos cheios de nada.
não sei
quem sabe
ali no final da rua, aquilo que eu tinha querido ver, desejado ver,
sei lá que queria eu
ali depois de tudo, no final de tudo, a seguir a tudo. Ali. Eu percebi que o que eu pensava ter percebido não era mais do que o oposto do que efectivamente seria suposto eu ter percebido.
Loop cerebral.
Rewind.
Volta atrás,
mentira
não há voltar atrás quando já se sabe que não se pode ir.
Máscaras de fumos.
Jogos distorcidos.
Traumas perdidos.
Espelhos partidos.
Anseios trocados.
E aquilo que poderia ser não foi, nunca o teria sido, ilusão perdida, ilusão iludida, disilusão sentida.
Os ornatos disseram que viram mas não agarraram, eu vi mas não agarrei, eu vi mas não havia nada para agarrar.
Ainda bem, antes mãos que não se esticam do que dedos cheios de nada.
terça-feira, 1 de julho de 2008
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