terça-feira, 4 de junho de 2013
HIPOCRISIA
Roger Scruton, um perigoso conservador, avisa que numa sociedade socialista - onde a solidariedade é uma função do Estado - ninguém se tem que preocupar com o bem-estar dos que menos têm: o Estado que o faça, é para isso que pago impostos. Esse paradoxo do socialismo, onde a apologia do Estado-Social e o desprezo pela "caridadezinha" (Louçã dixit) andam de mãos dadas com o desprezo pelas mãos estendidas no meio da rua, é uma característica que desmascara que o valor da solidariedade não é mais do que um falso argumento que sustenta uma mera estratégia de poder. Entretanto, culpam-se os políticos e vira-se as costas aos problemas do agora: a solução está no futuro radioso pós-revolucionário. Entretanto, para cúmulo, ainda se critica quem, de facto, faz alguma coisa: a Isabel Jonet e o seu Banco Alimentar acabaram de recolher mais de duas mil e quatrocentas toneladas de alimentos para quem mais precisa. Onde estão agora as vozes hipócritas que tantos nomes lhe chamaram por apenas ter dito o evidente (que em casa onde há crise comem-se menos bifes)? E quantos desses, que foram tão lestos a mandar pedras, fizeram alguma coisa por quem mais precisa? E desses hipócritas que tanto desprezam os mais necessitados - apesar de advogarem a revolução em nome deles - quantos têm a capacidade de enaltecer alguém, como a Isabel Jonet, que indubitavelmente faz uma coisa boa? Falar é fácil, fazer é mais difícil. Pior ainda quando não lhes interessa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Concordo plenamente, e por partilhar desta opinião, durante o curso e prática em Serviço Social era chamada de Neo-Liberal quando defendia (ainda defendo) que a solidariedade praticada em Portugal não passa de caridade,que não serve para nada senão para alimentar a pobreza, apagar fogos em casos de emergência social e "enaltecer" o ego daqueles que dão. Por isso, abandonei a profissão de Assistente Social.
ResponderExcluir:-(
S.