terça-feira, 6 de novembro de 2012

O PATRIOTISMO ESTÁ NOS ACTOS E NÃO NOS GRITOS

Esta curiosa personagem consegue dizer que tudo está mal sem apresentar uma única solução para resolver o problema da dívida. É que o que esta gente se esquece é que a única razão porque estamos como estamos é que o funcionamento da nossa economia (e do nosso Estado) depende de conseguir arranjar pessoas que nos emprestem dinheiro. Ora, a malta (estrangeira ou não) até empresta dinheiro mas como o nosso nível de endividamento já é tão elevado tem medo de não o recuperar, logo exige juros mais elevados; juros esses que o Estado para os pagar precisa de pedir mais dinheiro emprestado. A este ciclo vicioso chama-se falência porque o Estado não se sustenta a si próprio e, infelizmente, é óbvio que, estando no meio do lago indefesos como patos apáticos, pusemo-nos a jeito. A única solução para este dilema (que não dependa da bondade ou aproveitamento estrangeiro) que está ao nosso alcance é evidente: passa pela diminuição da nossa dívida e, obviamente, da causa desta: os constantes e perpétuos deficits que ao acumularem ao longo dos últimos quarenta anos resultaram na dívida que hoje temos. Resolver isto implica reduzir custos e criar condições de crescimento económico sem recorrer a grande investimento público (que representaria mais dívida). Muito difícil de implementar mas fácil de compreender. Ora, andar para aqui a vociferar contra as potências estrangeiras e a clamar pela independência nacional, ou que é preciso "voz grossa para negociar com a Troika" vale tanto como rasgar as vestes com o Ultimatum e a questão do mapa cor de rosa: nada, a não ser talvez ficar com a voz rouca. Queríamos manter Angola e Moçambique ligadas? Tivéssemos um exército que defendesse o território. Querem Portugal fora do alcance da vontade da Chanceler e dos "terríveis" conspiradores por detrás dos mercados? Construamos pois uma economia que lhes seja imune. Claro que este desiderato esbarra na Constituição, no PS e em todos aqueles que falam muito, criticam muito mas não compreendem a mais elementar das verdades humanas: quem se endivida para além da sua capacidade de pagar o preço (juro) desse endividamento acaba nas mãos dos seus credores. Normalmente pendurado de cabeça para baixo e do alto de um quinto andar.

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