terça-feira, 14 de abril de 2009
FERNANDO PESSOA, "O BANQUEIRO ANARQUISTA"
Andei uns tempos à procura deste livro mas não o encontrei, felizmente, a Verónica lembrou-se e ofereceu-mo no meu aniversário. Não me desiludiu minimamente. Um relato simples, assente na dialéctica racional, próprio de um pensador profundo e radical como Pessoa, que explora com a ironia espelhada no título as contradições paradoxais dos pensamentos cheios de certeza dos humanos. Há algumas premissas mais fortes do que outras mas, sem dúvida, a construção do edifício intelectual que justifica a existência de um "banqueiro, grande comerciante e açambarcador" que vive pelos ideais e princípios da mais pura anarquia é simplesmente deliciosa. Uma crítica à pretenção racional humana e, ao mesmo tempo, uma crítica certeira, tão ou mais actual hoje do que em 1922, ao esvaziamento moral e ético de uma sociedade obcecada pelo materialismo extremo, vidrada nos fins egóticos e individualistas e sem olhar a meios para os atingir. Leitura obrigatória.
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